Dados do Trabalho

Título

Busca da classificação de variantes somáticas em genes de apoptose via TRAIL em pacientes com câncer de ovário tratadas com terapia à base de platina

Introdução

O câncer de ovário (CO) é a neoplasia ginecológica mais letal. Esta alta taxa de mortalidade da doença pode estar associada às limitações do diagnóstico e aos casos de resistência ao tratamento à base de platina. Receptores do Ligante Indutor de Apoptose relacionado ao Fator de Necrose Tumoral (TRAIL-R) vêm sendo estudados como uma proposta de driblar a resistência ao tratamento à base de platina. Seu ligante TRAIL já demonstrou ser um indutor seletivo de apoptose, uma vez que, provoca a morte de diversos tipos de células cancerígenas sem afetar células normais.

Objetivo

Buscar a classificação da oncogenicidade de variantes somáticas encontradas em genes relacionados à apoptose via TRAIL em pacientes com CO tratados com terapia à base de platina.

Método

Realizou-se a triagem das variantes somáticas em alvos envolvidos na via de apoptose TRAIL, baseado em dados de sequenciamento gerados previamente pelo grupo de pesquisa a partir de amostra tumoral FFPE das pacientes do estudo. Posteriormente, foi realizada a busca da classificação destas variantes nos bancos ClinVar e VarSome. Os achados foram associados com dados clínicos das pacientes Sensíveis (PS) e Resistentes (PR) à Platina.

Resultados

Foram encontradas 73 variantes somáticas nos genes de interesse, exceto para BCL2L1. Embora todas estejam descritas no VarSome, 83,6% não foram reportadas no ClinVar. O BCL2L11 teve o maior número de variantes rastreadas, seguido do CASP8. Observou-se que a variante somática XIAP c.1411T>A (p.Cys471Ser), classificada como VUS, foi encontrada exclusivamente em pacientes do grupo PS. Além disso, duas variantes potencialmente oncogênicas foram identificadas em uma das pacientes do grupo. Em relação ao tipo de variante, 77% são intrônicas, sendo a maioria classificada como provavelmente benigna.

Conclusão

A classificação do potencial oncogênico destas variantes nas pacientes com CO é primeiro passo para o entendimento da via TRAIL na resistência ao tratamento à base de platina.

Palavras-chave

Câncer de Ovário; Resistência Terapêutica; TRAIL; Variantes somáticas.